Viajantes aderem aos chamados "travel card", evitando o incômodo de carregar altas notas de dinheiro na carteira Augusto Freitas Publicação: 09/06/2012 17:50 Atualização: 09/06/2012 17:52 Viajar para o exterior nunca esteve tão em alta em tempos de economia aquecida. Uma folguinha no trabalho ou nas férias é suficiente para você pegar o avião e se aventurar mundo afora. Só que no roteiro traçado, uma preocupação a mais norteia seus pensamentos: os gastos da viagem e a segurança com o seu dinheiro. Afinal, a ideia é curtir a programação sem sustos. Viajante que se preze está sempre antenado com as novidades do mercado para garantir uma viagem segura do ponto de vista financeiro. Nisso, os cartões pré-pagos, aqueles do tipo “travel card”, são o que há de mais prático. Rápido, fácil de carregar e usar, com várias opções de moedas e seguro, ganharam o mercado de forma a extinguir, literalmente, os conhecidos (e antigos) “travellers cheks”. A consultora de intercâmbio Marília Watts é usuária assídua do cartão pré-pago. Na sua carteira, são quatro opções utilizadas em vários países que já conheceu, como África do Sul, Argentina, Inglaterra, França e Portugal. Dólares (americano, canadense e australiano), euro, rand (moeda sul-africana), libra, peso argentino, não importa a moeda. Marília sempre tem à mão a alternativa mais viável para os gastos. Nos próximos dias, o destino é o Marrocos com uma paradinha na Espanha. “É muito prático e seguro por que é aceito em quase todos os estabelecimentos comerciais. Com ele, você paga alimentação, transporte, compras, entradas em museus, entre outras operações. Quando acaba o dinheiro, basta carregá-lo com uma nova quantia”, revela Marília. Mas vale ou não vale à pena usar cartões pré-pagos de viagem? Segundo especialistas em finanças pessoais, sim. Ainda mais se você é o tipo do viajante que se preocupa com a segurança do seu dinheiro. Simples: com o travel card, esqueça o uso do porta-dinheiro, que fica preso à cintura e até incomoda. O cartão pré-pago, carregado, resolve seu problemas. Podem ser encontrados nas principais bandeiras de crédito e casas de câmbio, além de serem bem aceitos na Europa, Estados Unidos e parte da Ásia. Entre os mais conhecidos estão o Visa Travel Money, o MasterCard Cash Passport e o American Express Global Travel. Já em relação ao cartão de crédito, a diferença é tremenda. A começar pela tributação. No pré-pago, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é de 0,38%, contra os 6,38% do cartão de crédito, segundo a Confidence Câmbio, umas das principais casas de conversão de moedas do Brasil. Além do mais, você não precisa pagar anuidade pelo uso do “travel card” e ainda controla o seu próprio saldo. Este, por sinal, não expira. Mas há desvantagens, duas ao menos: no pré-pago, você não parcela a compra nem participa de programas de milhagem aérea. Para o professor de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Alexandre Jatobá, a tendência é de que os cartões pré-pagos de viagem aniquilem o co-irmão “travell check”. Também usuário do recurso, Jatobá explica que mesmo com todas as vantagens é preciso que o viajante tenha planejamento financeiro para não cair nas armadilhas, principalmente a variação cambial. “O ideal é ter um cartão pré-pago para cada moeda dos países onde o viajante vai. Outra dica bastante utilizada é o cadastro do número do celular na operadora do cartão, que avisa sobre cada gasto, assim o controle é maior. O pré-pago evita, ainda a desagradável surpresa com a fatura elevada do cartão”, reforça Jatobá. Sem contar a segurança. “Algumas empresas oferecem o bloqueio e o uso de uma unidade reserva para não deixar o cliente na mão, mas é preciso saber se há custos adicionais.” Variação e Avanço Mesmo em tempos de instabilidade do dólar, que nos últimos 12 meses valorizou cerca de 25%, o cartão pré-pago parece ser uma alternativa bastante viável para os viajantes. Isto por que ele se torna uma espécia de “trava” para o câmbio. Traduzindo: você abastece o cartão com a taxa definida no dia do carregamento, evitando o risco de instabilidade do dólar. Se optar pelo cartão de crédito, deve lembrar que a taxa é definida no dia de fechamento da fatura. Ou seja, ela pode variar para mais ou para menos. O crescimento do uso do cartão pré-pago de viagem não acontece por acaso. O recurso passou a ser utilizado nos últimos sete anos, de acordo com Paulo Volpe, vice-presidente de marketing do Grupo Confidence, de forma tímida. Mas com a queda do IOF, em 2011, a procura cresceu. “Atualmente, 50% dos clientes da Confidence Câmbio usam o pré-pago. A tendência é que este índice aumente cada vez mais”, pontua. Na Confidence, são sete moedas estrangeiras à disposição dos usuários.
Saiba mais
Cartão pré-pago de viagem IOF - 0,38%
Compras e saques - podem ser utilizados em moeda local em uma vasta lista de ATMS no exterior Manutenção e anuidades - isentos de taxas
Saldo - definido pelo cliente e sem prazo de expiração
Viagem futura - se sobrar dinheiro, confirme se há taxa de inatividade
Reembolso - caso você não gaste toda a quantia que carregou, verifique se as formas de reaver o seu dinheiro e se há variação cambial
Extravio/Roubo - algumas empresas oferecem as opções de bloqueio e cartão reserva. Veja se há custos adicionais
Fonte: Confidence Câmbio
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